O primeiro mês do ano é dedicado à conscientização a respeito da saúde mental e emocional, cada vez mais reconhecida como uma prioridade global de saúde. E janeiro foi justamente o mês escolhido para isso por um fator simbólico, já que as pessoas estão mais propensas a pensarem em suas vidas, em suas relações sociais, em suas condições de existência e em suas emoções. Como uma folha em branco, onde todos podem reescrever suas próprias histórias de vida.

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) destaca importantes informações sobre a saúde mental dos brasileiros. De acordo com estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-americana da Saúde (OPAS), o Brasil é o país mais ansioso do mundo (9,3%) e o segundo maior das Américas em depressão (5,8%). A saúde mental representa mais de 1/3 da incapacidade total no mundo, com transtornos depressivos e ansiosos como maiores causas – os quais respondem, respectivamente, pela 5ª e 6ª causas de anos de vida vividos com incapacidade no Brasil. Ainda segundo a OPAS, entre 76% e 85% das pessoas com transtornos mentais em países de baixa e média renda não recebem o tratamento adequado.

A saúde mental também causa reflexos no desenvolvimento econômico, sendo a segunda causa de afastamento laboral, gerando ainda grande estigma pessoal de incapacidade. Uma pesquisa da UERJ demonstrou que casos de depressão dobraram no período de quarentena e que ocorrências de ansiedade e estresse tiveram aumento de 80%, causadas pelas incertezas com o novo coronavírus e as mudanças impostas pelo isolamento social. 

Confira algumas recomendações de cuidado com a sua saúde mental: 

  • Reconheça e acolha seus receios e medos, procurando pessoas de confiança para conversar; 
  • Retome estratégias e ferramentas de cuidado que tenha usado em momentos de crise ou sofrimento e ações que trouxeram sensação de maior estabilidade emocional; 
  • Invista em exercícios e ações que auxiliem na redução do nível de estresse agudo (meditação, leitura, exercícios de respiração, habilidades manuais);
  • Faça pausas sistemáticas durante o trabalho, tirando alguns minutos para se alongar e relaxar;
  • Mantenha ativa a rede socioafetiva, estabelecendo contato, mesmo que virtual, com familiares, amigos e colegas; 
  • Evite o uso do cigarro, álcool ou outras drogas para lidar com as emoções; 
  • Busque fontes confiáveis de informação e reduza o tempo que passa assistindo ou ouvindo coberturas midiáticas;
  • Se as estratégias utilizadas não estiverem sendo suficientes para sua estabilização emocional, busque ajuda com um profissional de saúde.

Lembre-se: suas emoções importam!