Nos dias atuais, não imaginamos nossas vidas sem o uso da tecnologia. Redes sociais, aplicativos e sites são algumas das ferramentas que tornam nossa rotina mais prática, descontraída e eficiente. No entanto, todo cuidado é pouco para não nos tornarmos vítimas de golpes no mundo virtual. Por isso, a organização europeia Insafe estabeleceu o dia 8 de fevereiro como o Dia Internacional da Internet Segura (ou Safer Internet Day, no original em inglês). A data comemorativa tem como objetivo mostrar aos usuários da web quais são os perigos existentes no ambiente, além das formas que eles podem ser evitados.

De acordo com a consultoria alemã Roland Berger, o Brasil foi o 5º país que mais sofreu crimes cibernéticos no ano passado: só no primeiro trimestre foram 9,1 milhões de ocorrências, mais do que todo o ano de 2020.

Diversos projetos sobre segurança na internet estão em debate ou já foram aprovados pelo Senado. Um deles é o PL 4554/2020, já transformado em lei (14155/2021), que aumenta para até oito anos de reclusão a pena para os crimes cibernéticos cometidos pelo celular.

Outro projeto em debate é o que amplia a atuação de policiais no combate a crimes relacionados à dignidade sexual cometidos na rede, caso da divulgação indevida de imagens ou vídeos. Já outra proposta quer garantir que os sites de empresas ou órgãos do governo tenham instrumentos mínimos de acessibilidade para pessoas com deficiência, como, por exemplo, presença de Libras, descrição de imagens e navegação por teclado.

Enquanto as iniciativas sobre o tema são tratadas pelo Legislativo em Brasília, as ocorrências diárias mostram que precisamos redobrar a atenção para usar a internet de forma responsável e não cair em golpes. O consultor Cristian Souza, da empresa de gestão de riscos DARYUS Consultoria, listou para o site especializado em tecnologia CanalTech algumas dicas para nos protegermos no ambiente virtual. Vale conferir:

  • Nunca envie dados por meio de protocolos sem criptografia. Atacantes podem capturar as informações em trânsito e roubar suas credenciais de acesso. No caso de websites, sempre verifique se eles possuem o famoso cadeado verde. Isso significa que sua comunicação com ele é realizada de forma segura, por meio do TLS (Transport Layer Security). Mas vale notar que até mesmo sites maliciosos podem utilizar o TLS;
  • Verifique a legitimidade dos sites que você acessa. Além da comunicação segura via TLS, é possível verificar denúncias realizadas a um site por meio de bases como o PhishTank e VirusTotal. Essas plataformas conseguem identificar ameaças já catalogadas e informar ao usuário uma possível ameaça;
  • Verifique os links que você acessa, especialmente os encurtados. Embora encurtadores de URLs facilitem muito a nossa vida, atacantes podem se aproveitar dessas ferramentas para redirecionar usuários a sites maliciosos. Nunca clique diretamente em um link. A maior parte dos browsers permite que você visualize a URL completa no canto inferior esquerdo da tela;
  • Ao utilizar a internet em uma rede Wi-Fi pública, uma Virtual Private Network (VPN) é grande aliada na sua segurança e privacidade, pois impede que atacantes e até mesmo o operador da rede analisem o seu tráfego;
  • Não salve suas senhas no navegador. O recurso de salvar senhas no browser é muito conveniente. Entretanto, atacantes com acesso à sua máquina (fisicamente ou por meio de um ataque remoto) podem extrair as senhas salvas facilmente. Uma boa prática é utilizar um cofre de senhas (preferencialmente de forma offline);
  • Crie uma senha forte e única para o seu e-mail pessoal. Devemos lembrar que pessoas mal-intencionadas, ao conseguirem entrar no seu e-mail, podem redefinir senhas de diversos sites utilizando o recurso “esqueci minha senha”. Proteja-se!